domingo, 13 de novembro de 2011

A Árvore (2010)


Charlotte Ginsbourg é realmente uma excelente atriz, e isso mostra-se mais uma vez no longa A Árvore de Julie Berucelli. Gainsboug vive Dawn que tem que superar a perda do marido e ao mesmo tempo dar conta de quatro filhos.
Simone, sua filha de oito anos tinha uma relação muito próxima com o pai e sofre ao tentar superar a perda, a partir dos reflexos das tentativas de superação de sua mãe. É quando a criança acredita que a alma do pai está "reencarnada" na imensa figueira que a família tem em frente à casa. E começa a ter uma relação com a árvore. Escapismo, negação, alívio ou supervalorização do sofrimento, enfim, o importante aqui é que a árvore torna-se o símbolo mais importante da história.
Simbolismo é a palavra que descreve o filme, e são vários, inclusive alguns tendo uma particularidade interessante, que podem variar de acordo com as singularidades do espectador. Conceitos de árvore, casa, mãe, e tantos outros são aqui modificados e assumem concepções sentimentais.
A superação aqui é mostrada não como uma lição de moral de filme de sessão da tarde, mas como um processo singular do ser humano. A árvore torna-se um símbolo do sentimento da pequena Simone, parecendo que cria vida própria. Á uma visão mais superficial diria-se sobrenatural, mas como tratamos de simbolismo aqui, a coisa é mais profunda.
Em alguns momentos o filme parece se perder, deixando algumas questões em aberto, um mergulho mais profundo nas personagens de Dawn e Simone seria cabível no filme. A pressão social pelo reestabelecimento emocional também, por isso pode-se dizer que não estamos diante de um excelente filme, e sim de um bom filme. As etapas da superação do trauma são sutilmente elucidados, tanto para a filha, a esposa e o filho adolescente. Entretanto, uma dramatização maior poderia ser conseguida, aproveitando-se das excelente atuações de Gainsbourg e da pequena Morgana Davies (Simone).
São tanta pequenas questões não trabalhadas que não consigo elencar, Dawn é francesa, e mudou para a Austrália (onde o filme se passa) para viver com Peter (o falecido), isso evidencia o processo de busca por uma aceitação e um lugar de Dawn. A cena inicial do filme é de uma sensibilidade tocante.
Enfim, recomendo o filme, assistam e tirem suas conclusões. A trilha sonora é boa e as cenas são lindíssimas. O resultado final é bom, mas fica aquele sentimento de que poderia ter sido melhor...

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