quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Domésticas - o Filme (2001)



Fernando Meirelles é realmente "o cara"! Em Cidade de Deus ele mostra toda a técnica possível em cima de um crítica social gritante, em O Jardineiro Fiel ele desenha um romamce em cima de outra crítica de uma gorma sublime. Ensaio sobre a Cegueira é uma adaptação incrível do romance de José Saramago, com uma fotografia absurda.
Mas hoje vou comentar um outro filme de Meirelles, Domésticas - o Filme. Um filme, digamos, menos ambicioso e mais despretencioso, mas sobretudo um filme delicioso.

Trata-se das histórias das empregadas domésticas Roxane, Quitéria, Créo, Raimunda e Cida, personagens marcantes, hilárias e dramáticas. O filme passeia no drama e na comédia levando quem assite do riso à reflexão. Os diálogos são construídos numa espécie de vocabulário próprio das domésticas, e os sotaques norsdestinos são a pitada de sal que faltava. As interpretações de todas as personagens são ótimas, em especial para Graziela Moretto (que é excelente) e Olívia Araújo. A trilha sonora é toda composta de clássicos da música brega, que toca em todo bom radinho de empregada doméstica.
O filme, além de divertir nos faz pensar que muitas pessoas abrem mão de tudo pra arrumar a vida dos outros, mas não por vontade, por necessidade. Uma frase do filme se encaixa bem aqui, não me lembro dela perfeitamente, mas é algo assim:
"Quando pergunta o que um criança quer ser quando crescer ela diz, médica, artista de televisão, ninguém quer ser doméstica."
O filme não se baseia na relação doméstica-patrão, e sim da relação delas com o mundo, das dificuldades enfrentadas, e das aventuras cômicas.
Na sociedade atual muitas pessoas se afastam tanto da essencia do ser humano que em frente à pessoas diferentes de si mesmas se acham em outro mundo, em outro patamar. Mas domésticas são pessoas como todo mundo, que encaram o mundo e tem desejos como todo mundo. Entretanto a maioria vive com muito mais bom humor do que seus próprios patrões cheios da grana.
Fernando Meirelles é bom, e isso é fato.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A troca (2008)



Go Angelina, go!
Realmente merecidos os comentários da atuação da nova Madre Teresa. Em A Troca Angelina Jolie se mostra, grita, chora, treme e convence. Como todos já devem saber, o filme se trata de uma história real que aconteceu em 1928 em Los Angeles. Walter Collin, filho de Christine Collins (Angelina) desaparece, meses depois a polícia diz ter encontrado seu filho, porém se trata de outra criança.
O filme é muito bem dirigido (como não poderia ser diferente) por Clint Eastwood, o roteiro é bem escrito e consegue dar uma trajetória diversa para a história, passando por gêneros diversos, indo do desespero da mãe à sujeira da polícia de Los Angeles sem se perder no propósito do filme. A época em bem ambientada com cenários e figurinos bem feitos. Gostei muito da parte estética do filme, a maquiagem de Christine mostra um vermelho intenso nos lábios (não pequenos) que chama ainda mais a atenção para Angelina.
Algumas pessoas podem achar o filme um pouco exagerado, principalmente em algumas cenas dentro de um hospital psiquiátrico, mas eu defendo o Clint (e nunca hei de deixar de fazê-lo), e acho que algumas caricaturas ou até mesmo monstruosidades são justificáveis quando a história é contada pelo ponto de vista de Christine, uma mãe que perde seu sentido de vida, que sem o filho tudo se torna realmente intenso, emoções intensas, desespero intenso.
Um filme com o equilíbrio de Clint Eastwood, que já mostrou do que é capaz em Sobre meninos e Lobos, Menina de Ouro, A Conquista da Honra e outros.
Sobre o dia 22, não sei se o filme leva um dourado pra casa, A Troca concorre em Direção de Arte, fotografia e melhor atriz. Nos dois primeiros, como concorre com o Curioso Caso de Benjamin Button e Batman, o Cavaleirodas Treavs a competição fique acirrada. Já no caso de melhor Atriz, Angelina tem chance, mas bater Kate Winslet que papou os dois globos de ouro ( atriz e atriz coadjunvante) vai ser difícil, e tem Meryl streep também, mas a academia se recusa a dar mais um oscar pra ela que já tem 15 indicações.
Se Angelina ganhar foi merecido!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Se o Vento Levanta a Areia (2006)



00:00, insônia, calor, pernilongos, o que fazer? Coca-cola, pipoca, ventilador e Cinemax. Adoro esse canal por passar filmes de diversas nacionalidades. Ontem tive o prazer de assistir Se o Vento Levanta a Areia" (França-Bélgica) de Marion Hänsel, baseado no romance de Marc Durin-Valois (Chamelle) um filme que mostra um fato que, infelizmente já estamos habtuados a ver, de uma forma maravilhosa.
África, Rahne é um pai de família que te que decidir qual direção tomar para a caminhada á procura de água, e paro por aqui com a "sinopse" para não estragar nenhum momento dessa obra de arte. O filme se destaca por vários motivos: uma fotografia excelente, com contrastes dos tecidos coloridos e dos beges da paisagem; as atuações comoventes de Isaka Sawadogo (Rahne) e Karemera Umulinga (Mouna), e claro a menina Shasha que é responsável por um ou dois raros risos. Um filme triste, porém necessário.
Guerras tribais, falta de água, fome, isso parece necessário pra fazer um filme comovente, e pode também parecer "mais um" no meio de tantos. Mas Marion consegue fazer uma trama envolvente desde a primeira cena, que já é um soco no estômago.
Quando o filme acabou, depois de um certo tempo pasmo, levantei e fui beber um copo d'agua, coisa tão normal pra grande parte da população, mas pensei, e Shasha? como ela fica? O que podemos fazer? Economizar água? Tudo bem, mas e os grandes consumidores de água do planeta, como fica? Com quem está esse poder? A quem cabe essa decisão? A humanidade hoje está sendo "racional"? A África grita, um grito seco e sedento. Mas não chega aos nossos ouvidos, e quando chega erguemos os ombros e falamos: Triste isso, né?
Cadê os representantes mundiais? Cadê os G-7, G-8, G-20? Cadê as Nações Unidas, porque alimentar o povo de lá traz um alívio imediato (o que É necessário) mas e os planejamentos a longo prazo para a África? Não é problema nosso? É de quem? Só deles?