tag:blogger.com,1999:blog-53601519819277324022024-03-19T02:24:01.710-07:00Tentativas de CriticidadeAventuras de um jovem pelo mundo do cinemaRodrigo Michelhttp://www.blogger.com/profile/06847161171879775292noreply@blogger.comBlogger17125tag:blogger.com,1999:blog-5360151981927732402.post-55958171151606189652012-01-09T05:04:00.000-08:002012-01-09T05:50:18.890-08:00As Canções de Amor (2007)<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjY-EI3s3Hm-B7bLWYFX4bpEQ7J1N6TEJrlGHv21dpk1DnhwA2ikxZkewGMgnZznS3iarOpTRUhuk06UWdp5De1bBqtx2Z2tX8bYSJejr1YC9xLplFU5PJbBMU8QOxePJwwQXhfYXKiLSYD/s1600/image.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 115px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjY-EI3s3Hm-B7bLWYFX4bpEQ7J1N6TEJrlGHv21dpk1DnhwA2ikxZkewGMgnZznS3iarOpTRUhuk06UWdp5De1bBqtx2Z2tX8bYSJejr1YC9xLplFU5PJbBMU8QOxePJwwQXhfYXKiLSYD/s320/image.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5695620466036992258" border="0" /></a><br />Chistophe Honoré é realmente um dos diretores mais sensatos da atualidade na minha opnião. Seus filmes são sempre bem escritos, e filmados com uma sensibilidade de poucos. Em alguns trabalhos, essa sensibilidade se mostra na narrativa insensível, é, pode parecer estranho, mas foi bem isso que eu achei de Má Mere (2004), a falta de sensibilidade e sentimentos ali mostrada é um profundo mergulho na capacidade de Honoré de ser sensível, na insensibilidade. Vixi! confuso, como o filme, mas aqui não falaremos de Má Mere (que recomendo absurdamente, mas ainda estou absorvendo o choque, depois de algumas semanas), e sim de Les Chansons d'Amour, ou As canções de amor.<br /><br />O filme é um musical centrado em Ismael (Louis Garrel) e em seus processos amorosos e relacionais, mas não podemos aqui colocar Ismael como protagonista (eu não consegui encontrar um personagem principal, a não ser o amor, ai que clichê!, hehehe) pois as outras personagens são cruciais para o desenrolar da temática. Enfim, Ismael é um jovem parisiense muito amável, namorado compreensível e sedutor de Julie, mas isso é só o começo.<br /><br />Devido as mazelas do destino, a história vai mudando e se trasformando de maneira muito sutil, natural (amplo esse conceito né? mas enfim). O filme é dividido em três "capítulos", a partida, a ausência, e o recomeço. Particularmente achei essa divisão em capítulos (embora chique) quase desnecessária, mas é interessante pois facilita o entendimento dos processos sentimentais internos de Ismael.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWPGhhbCBObjOZiTAj2qld464jWn6sjwFtvpyDtt70XVZSUJUNIHJ0Y5_xI7Osrw2SaBn51hv8slDT782orvYAirXOZNcfEbMfNxKfDJ25GQZUJHM5R_fIAlgpkdSz2PmHXtqLzsbg98qJ/s1600/Les.Chansons.D.Amour.23.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 169px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWPGhhbCBObjOZiTAj2qld464jWn6sjwFtvpyDtt70XVZSUJUNIHJ0Y5_xI7Osrw2SaBn51hv8slDT782orvYAirXOZNcfEbMfNxKfDJ25GQZUJHM5R_fIAlgpkdSz2PmHXtqLzsbg98qJ/s320/Les.Chansons.D.Amour.23.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5695628061730030386" border="0" /></a>As músicas são muito bem encaixadas no filme e não cansam, apenas dão mais musicalidade e beleza aos diálogos. A naturalidade dos atores em cantar como se estivessem dialogando ajuda para aqueles que dizem não gostar de musicais (não meu caso). Sim, os atores são muito bem conduzidos por Honoré e conseguem um bom desempenho. As canções são assinadas por Alex Beaupain (recomendo um youtube nele).<br /><br />As "fases" de Ismael são genéricas, seus sentimentos podem ser transportados para qualquer caso, o esgotar de um relacionamento, o luto do amor, as novas relações, a relutância, etc. Um aspecto que gosto muito no filme é uma negação à tal da heteronormatividade, as relações hetero, homo, bi, ou seja lá o que for são mostradas e narradas com o mesmo teor, a mesma simplicidade, isso é lindo no filme, e uma característica de muitos filmes franceses.<br /><br />Com uma inspiração em "Os guarda-chuvas do Amor" (óbvio), é daqueles filmes que acabam e você quer voltar e começar tudo de novo. Delicioso, divertido e emocionante, um filme bom pra ver na preguiça. E baixem a trilha sonora, mas só depois do filme!!<br /><h3 style="text-align: center;" class="post-title entry-title">"Aime-moi moins, mais aime-moi longtemps" </h3>Rodrigo Michelhttp://www.blogger.com/profile/06847161171879775292noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360151981927732402.post-44591310066633820482011-12-04T15:52:00.001-08:002011-12-04T16:34:41.752-08:00Brotherskab - Brotherhood (2009)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6ojvNgg0p2KUXHjChyYhREYfPUzNAXD5d6hvfFf4VJQ0QAADg2AMPXEZosUBItSLyxYxjIbEkeSABLW-3xcboqvHbvoVPE2UdCwbKqkezXRTs_AF6__pvDR0tSf0XCaXrLGJwwTd-er4D/s1600/Brotherhood1.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 230px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6ojvNgg0p2KUXHjChyYhREYfPUzNAXD5d6hvfFf4VJQ0QAADg2AMPXEZosUBItSLyxYxjIbEkeSABLW-3xcboqvHbvoVPE2UdCwbKqkezXRTs_AF6__pvDR0tSf0XCaXrLGJwwTd-er4D/s320/Brotherhood1.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5682425649886802306" /></a><div><br />Brotherhood é um filme dinamarquês do diretor Nicolo Donato que conta a história (pasmem!) de dois homens que fazem parte de uma fraternidade neonazista e se apaixonam um pelo outro (é, bem isso). Tem tudo pra dar errado? tem! É o clichê na tentativa de chocar no enredo? Sim! Mas, é um bom filme.</div><div>Lars é um jovem que acaba de ser "expulso" do exército, e encontra-se perdido e então entra para um grupo neo-nazista (eu já tinha alertado para o clichê). No processo de hierarquia e organização da "fraternidade" (puta falta de nexo usar essa palavra né? mas beleza) o jovem vai morar com Jimmy, outro rapaz da fraternidade, mais antigo.</div><div><br /></div><div>Nesse ínterim alguns fatos ocorridos fazem com que Jimmy tenha um "pé atrás" com Lars, e então a relação entre os dois vai do ódio ao amor. Ambos apaixonam-se, beijam-se e se amam. Morando juntos, o casal tem a vida agora dupla, na casa, construindo a relação e a aceitação, e em uma fraternidade que recrimina (dentre outras) a sua orientação sexual.</div><div><br /></div><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4vMqh4TuhGWyXY3JSTXv8gN-ylFOhMqQyKZH7fzDucwvAUFF1WiBKJy4ltpUEw3EnBrROItwqp1DD4fUHgT7Dy-dh6KQaJ2W27Bl1TtTXWOOdUZE2kF_q2jGPNzsp-sISnaWKBO6tdFFD/s320/Broderskab+foto+Clinton+Gaughran.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5682433315435707218" style="float: left; margin-top: 0px; margin-right: 10px; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; cursor: pointer; width: 320px; height: 244px; " /><div>O filme aborda diversas temáticas, contudo, a principal é a aceitação (típico de filmes com temática gay) da sociedade, dos grupos e do indivíduo em si. A questão da homofobia, e da </div><div><br /></div><div>hipótese de que os homofóbicos (desses mesmos que batem com lâmpadas flourescentes) tem fortes tendências homossexuais, é o pano de fundo.</div><div><br /></div><div>Algumas cenas de espancamento são levemente fortes, causam um mal-estar, pela violência, mas acima de tudo pela intolerância. Entretanto, com todos esses elementos, acima de tudo Brotherhood é uma história de Amor. "A love story", Nicolo Donato stresses. "Above all, it's a love story"</div><div><br /></div><div>Não estamos diante de um filme brilhante, espetacular, inovador, não não, nada disso!! Apenas um bom filme, simples na estética, simples na direção, simples em tudo, quase trivial. Mas o roteiro (afora os clichês) é bem escrito, e a tensão é sentida pela espectador. Tensão! Em momento de quase Thriller!</div><div><br /></div><div>O filme é estático, não porque seja parado (não é!) mas é estático, porque mostra um período de tempo recortado. O que acontece antes ou depois com os personagens não é respondido pelo filme, livre à interpretação. O final do filme é bom, alguns talvez não gostem, mas é bom! </div><div><br /></div><div>A construção dos personagens poderia ser um pouco melhor, poderiam ser nos dado alguns elementos que ajudassem a compreender melhor algumas situações. As atuações dos jovens são boas e coerentes. É um filme recomendável!</div><div><br /></div><div><br /></div>Rodrigo Michelhttp://www.blogger.com/profile/06847161171879775292noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360151981927732402.post-19178412093287842902011-12-03T04:10:00.000-08:002011-12-03T04:56:59.570-08:00Hanami - Cerejeiras em Flor (2008)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2aBHmqaVYIhcgA8gysS-bW0obzxAMIUJjY4wxrApRoyJdp3Ri_aZhyphenhyphen0Mb7GOtl2n3NbN1KA5n-_Ue0bEz8DWKkAE6egYhw5DTeszBE0N7aYT6l0wDdELK71pyHZXdWOm4ckL6h_486W0T/s1600/hanami_2.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 184px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2aBHmqaVYIhcgA8gysS-bW0obzxAMIUJjY4wxrApRoyJdp3Ri_aZhyphenhyphen0Mb7GOtl2n3NbN1KA5n-_Ue0bEz8DWKkAE6egYhw5DTeszBE0N7aYT6l0wDdELK71pyHZXdWOm4ckL6h_486W0T/s320/hanami_2.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5681873928663924194" /></a><br /><div>Seria difícil começa a falar desse filme, sem antes dizer que trata-se de uma miscelânea de cultuas e assuntos. Hanami é um filme alemão (co-produzido com a França), dirigido por Doris Dorrie. O filme mostra a vida de um casal na terceira idade (Rudi e Trudi) que tenta manter a sua rotina entre as dificuldades da sociedade do "rush".</div><div><br />Em visitas aos filhos, percebem que são mais um incômodo do que um suspiro, a relação do tempo é bem discutida com elementos singelos. Trabalho e aposentadoria, presentes e telefonemas. Mas esse não é o ponto crucial de Hanami - Cerejeiras em Flor.</div><div><br /></div><div>A morte é um assunto mais profundamente trabalhado, e o desapego ao velho, ao sentimentalismo. Em alguns momentos esse desapego me pareceu exagerado, pois parece que o filme quis mostrar que o novo (os jovens) não são dotados de uma preocupação com velho de forma alguma, e uma vez isso sendo mostrado através de relação de pais e filhos, me pareceu um pouco exagerado.</div><div><br /></div><div>Mas, contudo, entretanto, todavia. Foi a forma encontrada pela diretora de mostrar que o luto é sentido e construído de forma diferente, individual. Dorrie nos diz isso, o luto é um função matemática positiva (??, desculpem-me, mania de economista) do seu cotidiano. Você constrói o seu luto a partir da relação emocional que você construiu com o falecido, seja ela de desapego, </div><div>dependência, cobrança, culpa. Seja qual for o alicerce da relação em vida, esse será o alicerce da construção do luto.</div><div><br /></div><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTcViHbHl31C7d7h01fnZOm5VLYFmKws_afkln2DU2ehX7j9mBuae4iraveDRhoL0xz7XphIkjuZnK2XaoDCufUjOeVxApd2YxyIbHJ1pdlImoWEhDd1GWCBJUGV6RbwrEp-o9FIyZMA8r/s320/Hanami+Cerejeiras+em+flor.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5681882864091541266" style="float: left; margin-top: 0px; margin-right: 10px; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; cursor: pointer; width: 320px; height: 214px; " /><div>Trudi (a esposa) recebe a notícia de que Rudi (o marido) está morrendo, e resolve proporcionar alguns momentos especiais ao marido, sem que ele sequer saiba das más novas. Visitar os filhos, ir à praia, e à Tóquio (também visitar um filho). Porém, na absurda e inconveniente ironia do destino, quem falece é Trudi, e quem constrói o luto o marido e os filhos.</div><div><br /></div><div>Rudi descobre que a esposa tinha uma verdadeira curiosidade e admiração pela cultura japonesa, e resolve viajar até lá. E é nesse momento que Hanami dá uma "reviravolta" no roteiro. Os elementos trabalhados a partir desse momento são de um simbolismo que vezes mostram-se evidentes, mas em alguns momentos parecem uma grande viagem da sua cabeça. As cerejeiras que representam o novo, a mudança, o ciclo são o elemento mais gritante nesse momento do filme.</div><div><br /></div><div>A beleza do Butô é pincelada belamente em algumas cenas, e essa arte é bastante importante para a compreensão do filme. O Butô é uma dança típica japonesa, cujo expoente máximo é Kazuo Ono, que foi construído através da imersão da cultura japonesa em elementos artísticos como o surrealismo e o expressionismo. Trata-se de uma dança forte, visceral e filosófica, com movimentos ora extremamente lentos e suaves, ora bruscos e sofridos. (Desculpem-me por algum erro de definição ou conceituação, mas é o que eu entendo do Butô, que é complexo por demais)</div><div><br /></div><div>O processo de Rudi em lidar com a perda e com os sentimentos deixados e evoluídos a partir dessa perda é então mostrado a partir desses elementos, desses simbolismos com uma tocante sensibilidade. Com cenas bem poéticas (que ganham uma grande ajuda da paisagem de Tóquio e da beleza do Butô), o filme mostra essa construção do luto, a obrigação do luto. Mas uma obrigação que não é pesada, que por vezes é até prazerosa, de imaginar a pessoa com você, de buscar a pessoa no não físico e na natureza, as acima de tudo. Na busca do que a pessoa deixou em você, do que é vivo.</div>Rodrigo Michelhttp://www.blogger.com/profile/06847161171879775292noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360151981927732402.post-69338096327262236632011-11-15T04:32:00.001-08:002011-11-15T05:26:31.431-08:00O Palhaço (2011)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEil4f65SNXnfOhmCs9HPVRImaaqqhn1Q9xC8DGR2MWJQRsFx-BbGqwVsWJwfc80m1njyReJ213SIH5x7uufVu0RljaYzHcqrINJjL0K9w3hmFdm7X2e0Lpc16PORI9Udh1V43iMVk2RFal0/s1600/11301240.jpeg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 214px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEil4f65SNXnfOhmCs9HPVRImaaqqhn1Q9xC8DGR2MWJQRsFx-BbGqwVsWJwfc80m1njyReJ213SIH5x7uufVu0RljaYzHcqrINJjL0K9w3hmFdm7X2e0Lpc16PORI9Udh1V43iMVk2RFal0/s320/11301240.jpeg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5675200082183220706" /></a><br />Selton Mello acertou novamente!! Em seu segundo longa-metragem como diretor (o primeiro foi "Feliz Natal") o rapaz consegue arrancar lágrimas e risos, numa mistura ideal. O Palhaço é um filme feito para agradar, seja aqueles que vão sem pretensão ao cinema, ou àqueles que criam expectativas lidas através de críticas, o filme agrada, e surpreende.<div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: 14px; line-height: 20px; background-color: rgb(255, 255, 255); ">“Eu tinha um sonho com esse filme de fazer uma coisa que não se faz muito aqui no Brasil. Um filme que seja popular, mas que também seja refinado cinematograficamente. Que respeite a inteligência do público, que seja um filme claro, sem ser explicativo”, explica Selton.</span><br /><br />Ponto pra ele, conseguiu! Selton assina a direção, o roteiro e uma atuação de primeira como Benjamin, o palhaço Pangaré, que junto com o pai, o palhaço Puro Sangue (magnificamente interpretado por Paulo José) tocam o Circo Esperança com sua trupe, viajando por cidadelas e oferecendo seu espetáculo à moda antiga.</div><div><br /></div><div>Nesse processo, Benjamin mostra-se cansado e em crise existencial. Tá, concordo, pode parecer clichê demais o palhaço que pinta o sorriso e faz todo mundo rir, mas chora por dentro, mas aqui o clichê passa longe. Existem críticas sociais incrustadas nos risos, e tratadas com um certo tom de ironia que consegue causar a reflexão no público.</div><div><br /></div><div>Benjamin então nos é apresentado como um ser humano cansado das funções e limitações de sua vida e tenta se posicionar de alguma maneira frente à essa inquietação que o aflige. O palhaço acredita ter perdido a graça e afirma não aguentar mais. A busca por um ventilador (objeto que é muito simbólico no desenvolvimento intelectual do filme) é uma metáfora para uma busca maior do personagem, que falar mais aqui pode atrapalhar a reflexão daqueles que ainda não viram.</div><div><br /></div><div>No cinema nacional, como afirma Selton, a produção de filmes está diante de uma bifurcação, ou faz-se um sucesso de bilheteria, com um filme mais "popular" ou um filme mais autoral, visceral, para poucos. E obviamente, as telas de cinema mostram o primeiro deles. O Palhaço consegue romper com essa situação, oferecendo um filme que consegue ser delicioso de assistir, e ao mesmo tempo causar reflexões e abir espaço para criticidades sociais e também cinematográficas.</div><div><br /></div><div>Percebi algumas influências, que parecem ser várias, mas três ficaram bem evidentes para mim, primeiramente, Bye Bye Brazil, que não tem como não vir a mente dos amantes do cinema nacional. Algumas pitadas de Tim Burtonm nas cores e em alguns figurinos dos personagens. E claro, Fellini com "Os Palhaços". Selton Mello consegue trazer ao público essas referências, mas sem deixar de ser extremamente criativo e singular.</div><div><br /></div><div>Esse é o filme pra você esfregar na cara de quem ainda tem a pachorra de falar mal do cinema nacional, de dizer que falta qualidade, seja narrativa, poética ou técnica. Porque O Palhaço é um deleite de cinema, em sua completude, as atuações são ótimas, a fotografia boa, a trilha sonora consegue contextualizar ainda mais os personagens, a edição também não deixa falhas. </div><div><br /></div><div>Eu sempre entendi que "entretenimento" e "arte" fossem difíceis de compatibilização (acho que isso vem dos conceitos acadêmicos que utilizo em meus trabalhos), mas estamos diante de uma obra que consegue essa mistura, de uma forma leve, singela e com qualidade. É isso, O Palhaço nos oferece qualidade!</div><div><br /></div><div>"O gato bebe leite, o rato como queijo, e eu sou o palhaço"<br /><div><br /></div></div>Rodrigo Michelhttp://www.blogger.com/profile/06847161171879775292noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360151981927732402.post-79750465020475270732011-11-13T11:57:00.000-08:002011-11-13T12:27:14.039-08:00A Árvore (2010)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLShfsM2CXP2eeZVRoKnX1BfCm8lFLnyawdgViLuai9K8T5c9KTBD5242kVm7KboXA04xX0cbaX-lAF5ZjKl6f3WiRs4Bgn2B_IyyQMTmYXxoph_FPATG9YSgcruWds4DhGh_AyreS_mpc/s1600/arvore01.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLShfsM2CXP2eeZVRoKnX1BfCm8lFLnyawdgViLuai9K8T5c9KTBD5242kVm7KboXA04xX0cbaX-lAF5ZjKl6f3WiRs4Bgn2B_IyyQMTmYXxoph_FPATG9YSgcruWds4DhGh_AyreS_mpc/s320/arvore01.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5674573332594019730" /></a><br /><div>Charlotte Ginsbourg é realmente uma excelente atriz, e isso mostra-se mais uma vez no longa A Árvore de Julie Berucelli. Gainsboug vive Dawn que tem que superar a perda do marido e ao mesmo tempo dar conta de quatro filhos.</div><div>Simone, sua filha de oito anos tinha uma relação muito próxima com o pai e sofre ao tentar superar a perda, a partir dos reflexos das tentativas de superação de sua mãe. É quando a criança acredita que a alma do pai está "reencarnada" na imensa figueira que a família tem em frente à casa. E começa a ter uma relação com a árvore. Escapismo, negação, alívio ou supervalorização do sofrimento, enfim, o importante aqui é que a árvore torna-se o símbolo mais importante da história.</div><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 228px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixP9W6MR-n6L2LW2-OIxtTtFos3Rv_WTCWwUteCtFZZmmgNLpGkeJSxXZ21PYiZEI_cAcmVmA3TuMyyrb2kjJ7gYmUmwWfezHtvEj6Ntd7_rencfGYdEdngky-bTGMFe7kts4Fx31lzI-e/s320/190455.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5674574998910579058" /><div>Simbolismo é a palavra que descreve o filme, e são vários, inclusive alguns tendo uma particularidade interessante, que podem variar de acordo com as singularidades do espectador. Conceitos de árvore, casa, mãe, e tantos outros são aqui modificados e assumem concepções sentimentais.</div><div>A superação aqui é mostrada não como uma lição de moral de filme de sessão da tarde, mas como um processo singular do ser humano. A árvore torna-se um símbolo do sentimento da pequena Simone, parecendo que cria vida própria. Á uma visão mais superficial diria-se sobrenatural, mas como tratamos de simbolismo aqui, a coisa é mais profunda.</div><div>Em alguns momentos o filme parece se perder, deixando algumas questões em aberto, um mergulho mais profundo nas personagens de Dawn e Simone seria cabível no filme. A pressão social pelo reestabelecimento emocional também, por isso pode-se dizer que não estamos diante de um excelente filme, e sim de um bom filme. As etapas da superação do trauma são sutilmente elucidados, tanto para a filha, a esposa e o filho adolescente. Entretanto, uma dramatização maior poderia ser conseguida, aproveitando-se das excelente atuações de Gainsbourg e da pequena Morgana Davies (Simone).</div><div>São tanta pequenas questões não trabalhadas que não consigo elencar, Dawn é francesa, e mudou para a Austrália (onde o filme se passa) para viver com Peter (o falecido), isso evidencia o processo de busca por uma aceitação e um lugar de Dawn. A cena inicial do filme é de uma sensibilidade tocante.</div><div>Enfim, recomendo o filme, assistam e tirem suas conclusões. A trilha sonora é boa e as cenas são lindíssimas. O resultado final é bom, mas fica aquele sentimento de que poderia ter sido melhor...</div><div><br /></div>Rodrigo Michelhttp://www.blogger.com/profile/06847161171879775292noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360151981927732402.post-39875200396917974942011-11-12T12:41:00.000-08:002011-11-12T13:44:21.509-08:00Eyes Wide Open (2009)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgh0QpmbSprepD1Vc7Ts_LXt1HU77HvpzA3MqjymRlnyHXJEm1B7RWNULPQlzm1iP9hD5vsnh1LRtCgNe92WXe3OLbMjt_ZtsUPnlOBT_HZ_XguBY23trKcsJsEZU4DhV4496rkFhvPkjfK/s1600/Eyes+Wide+Open+1.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><br /><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 226px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgh0QpmbSprepD1Vc7Ts_LXt1HU77HvpzA3MqjymRlnyHXJEm1B7RWNULPQlzm1iP9hD5vsnh1LRtCgNe92WXe3OLbMjt_ZtsUPnlOBT_HZ_XguBY23trKcsJsEZU4DhV4496rkFhvPkjfK/s320/Eyes+Wide+Open+1.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5674212549799082130" /></a><br /><div>Vamos lá, volto ao Blog, mas dessa vez eu vou dar continuidade (será?). O filme que me despertou o desejo de voltar à escrita é Eyes Wide Open, um filme israelense do diretor Haim Tabakman. O filme mostra dois homens judeus ortodoxos encarado a homossexualidade e o desejo que sentem pelo outro. Ezri (Rans Danker) chega à Jerusalém e começa a trabalhar no açougue de Aaron (Zohar Shtrauss), um homem casado e com um tanto de filho que não consegui contar.</div><div>Em meio à uma sociedade judaica extremamente conservadora, o relacionamento profissional dos personagens evolui e transforma-se em uma paixão "proibida". A questão importante do filme é discutir os limites que nós colocamos à nossa existência. Percebe-se em algum momento que Aaron luta com esse "pecado" durante a sua vida, mas encaixou-se na sociedade e nos pré-requisitos para ser "um servo de Deus". As influências do meio, seja da sociedade ou seja da religião influenciam profundamente essa postura de Aaron, mas em algumas expressões e falas percebe-se que ele próprio cria certos limites pra sua vida.</div><div>"Porque Deus criou o desejo?", Aaron prega à Ezri, e explica que o desejo existe para que possa ser superado, sendo que temos uma missão neste mundo inferior, e esse desejo deve ser evitado. Deus aqui é tratado como uma força (?) que está, constantemente, colocando provações para que os humanos possam evoluir e "se salvar", tipo uma professora brava do colégio, que fazia aquilo pelo seu bem. E a luta interna de Aaron, com o Deus judeu, a família e Ezri é mostrada de forma bem sutil.</div><div>Ezri sofre, pode-se dizer que ele é uma personificação do desejo e da provação de Aaron. "Uma obra-prima", que mostra-se fragilizado e necessitado de contato humano e por que não dizer de amor. Assim, o jovem oferece um amor libertador à Aaron, libertador e verdadeiro, que o fará sentir-se vivo, mas os limites são o obstáculo à essa vida. Sejam limites externos, mas principalmente os limites externos.</div><div>Pode parecer um pouco massante mais um filme de temática gay x preconceito, gay x religião, mas Eyes Wide Open é de uma beleza sutil. A fotografia do filme é bem colocada, cenas com um tom "pastel" elucidam o sentimento dos personagens, filme muito bem dirigido, escrito, filmado e atuado. A questão que fica é, quais limites a gente deve estabelecer à plenitude da existência? Precisa de limites, essa é a SUA verdade?</div>Rodrigo Michelhttp://www.blogger.com/profile/06847161171879775292noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360151981927732402.post-90082452619604721272010-09-27T16:08:00.001-07:002010-09-27T16:46:14.447-07:00Os Famosos e os Duendes da Morte<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVVRg5R-eCpFXoQ_ww3BZOSClmdTX59mq3AJ6VH0PVR0Jz_1-_IbUWwyo9oefdrwhAmGdiyN2TNoMtRI_QpAFbngWofolkgjw5GUMlsX7ueEqo3vOHPF0AUJI5CX6NJMJ_o-e1XHbxg0Ek/s1600/os-famosos-e-os-duendes-da-morte-5x.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 214px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVVRg5R-eCpFXoQ_ww3BZOSClmdTX59mq3AJ6VH0PVR0Jz_1-_IbUWwyo9oefdrwhAmGdiyN2TNoMtRI_QpAFbngWofolkgjw5GUMlsX7ueEqo3vOHPF0AUJI5CX6NJMJ_o-e1XHbxg0Ek/s320/os-famosos-e-os-duendes-da-morte-5x.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5521741811364361378" /></a><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Enfim um filme que me inspirou a retornar às tentativas de criticidade!! Tô na espera desse filme já faz um tempo, acho que foi o título a primeira coisa que me chamou a atenção "Os Famosos e os duendes da morte", curioso não?</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>O filme tem a direção assinada por Esmir Filho, que ficou conhecido pelo curta hit do youtube "tapa na pantera", mas aqui mostra um trabalho com uma personalidade mais...intimista e depressiva. Em uma pequena cidade do Sul o cotidiano e opções daquela sociedade se mostram limitados para um adolescente que ouve Bob Dylan e procura o mundo humano na internet.</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>O menino sem nome não se encontra naquilo que lhe é palpável, naquilo que o cerca, é incapaz de construir diálogos com família ou amigos. O menino sem nome encontra-se preso em si, desejando exista algo que seja maior, ou pelo menos mais desafiador do que o que ele vê. </div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>O filme mostra a relação do jovem com a internet, ali ele consegue se expressar e ver, acompanha as postagens de um blog de dois jovens que apresentam alguma ligação com seu sentimento, e ao decorrer do filme isso é bem desenvolvido. </div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Esmir Filho mostra uma evolução no cinema nacional, nas em questão de técnica, que no filme é muito boa, mas no que tange a visão que foi dada à condição humana, aos limites que são postos à plenitude da existência.</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>A trilha sonora é bem escolhida, e traduz sonoramente os sentimentos do jovem rapaz. A fotografia também é capaz de gerar uma melancolia necessária para o enredo do filme, as atuações de atores desconhecidos também está boa, flui de forma natural. Algumas cenas são estendidas além do que deveriam, e algumas questões ficam, mas nem todos os sentimentos são explicáveis na humanidade.</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Os limites da cidadezinha, com forte tradição alemã e irritantemente pacata pode gerar identificação para algumas pessoas. Essa cidade gera uma incapacidade de crescimento pessoal, de desenvolvimento intelectual, cultural e deixa brechas para a reflexão do sentido de tudo.</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Recomendo o filme, para um final de tarde chuvoso frio e cinza, que na minha opinião, são excelentes para uma boa reflexão. </div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; ">Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,<br />I'm not sleepy and there is no place I'm going to.<br />Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,<br />In the jingle jungle morning I'll come followin' you.</span></div>Rodrigo Michelhttp://www.blogger.com/profile/06847161171879775292noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360151981927732402.post-57757280647335102032010-04-22T07:16:00.000-07:002010-04-22T07:54:20.788-07:00À Deriva - 2009<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgONpABjrnk3dDqR3m1Va1zf2ihyphenhyphenVnRjCIW4fXmdO7gxw_lfvgFYfKaNVoCLOr7SW24zy5Tfosq-IzIU8wkEhyphenhyphenupoYgNoeX9vS3sIW_Mfefqwt-ws4jTRQSPDFvvGL84GNl3Y_IO5tYpFwH/s1600/aderiva.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 227px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgONpABjrnk3dDqR3m1Va1zf2ihyphenhyphenVnRjCIW4fXmdO7gxw_lfvgFYfKaNVoCLOr7SW24zy5Tfosq-IzIU8wkEhyphenhyphenupoYgNoeX9vS3sIW_Mfefqwt-ws4jTRQSPDFvvGL84GNl3Y_IO5tYpFwH/s320/aderiva.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5462972202375699506" /></a><br /><div><br /></div>À Deriva é um filme...azul!<div>Assisti ontem pelo simples fato de ser o mais recente filme do diretor Heitor Dhalia, e me surpreendi, de fato! Ao meu ver o diretor de Nina e o Cheiro do Ralo ainda está em busca de um identidade. Digo isso pois seus três filmes são bem diferentes um do outro. Em À Deriva Dhalia traz um ambiente mais tranquilo, com personagens leves que vão se intensificando ao decorrer do filme.</div><div>Filipa é uma adolescente de 14 anos que viaja com a família para passar as férias na casa de Búzios, e a partir de então, vemos através de seus olhos a descoberta da vida. E isso nem sempre é fácil. Felipa vê sua família de uma forma que não via antes. Confesso que assisti o filme sem saber sinopse, ou ver algum tipo de comentário...o que ouvi foram s[o sugestões, e isso ajudou no ato de me surpreender, logo, não escreverei muito sobre o enrendo aqui.</div><div>O filme conta com o ator francês Vincent Cassel, que interpreta o pai de Felipa e Débora Bloch sua mãe, com uma interpretação muito delicada e competente. O filme tem um clima bem família mesmo, a fotografia é incrivelmente elaborada no verão! O filme, como já disse é azul. A trilha sonora é emotiva. O músico Antonio Pinto, que trabalhou em filmes como Cidade de Deus, Abril Despedaçado, Amor nos tempos do cólera, Nina e outros assina a trilha de À Deriva e emociona. Os sentimentos de Felipa são bem mostrados pelo piano de Antonio Pinto.</div><div>O filme foi ovacionado em Cannes, com mais de 5 minutos de aplausos logo após sua exibição. Dhalia coneguiu uma qualidade técnica de nível internacional, os atores mais jovens e inexperientes não mostram essa inexperiência de forma gritante, a atriz Laura Neiva (Felipa) aflora diante das câmeras, com um doce sabor de adolescência. A atriz americana Camila Belle (O Patriota, O mundo de Jack e Rose, 10.000 AC) faz uma participação crucial no filme. O figurino é muito bem elaborado por Alexandre Herchcovithch.</div><div>À Deriva é uma co-produção internacional entre a O2 Filmes (de Fernando Meirelles) e a Focus Features International, grande empresa produtora norte-amerciana. Um filme tocante, bom mesmo, sem balelas. A crítica que eu faço é que poderiam ter sido cortadas algumas cenas de momentos "família feliz", pra mim ficou um pouco exagerado, mas coube no contexto, e não diminui a beleza do filme em nenhum monento!</div><div>Após o filme fica uma procupação com as pessoas, com as relações pessoais atualmente, estamos falidos? ou sempre estivemos? Enfim...algumas pessoas podem não ser tocadas pelo filme, e eu entendo isso, mesmo assim valeria a pena ver!!</div><div>Fica a dica, prestem atenção nesse diretor, assitam À Deriva, Nina e O Cheiro do Ralo!! Filmes excelentes</div>Rodrigo Michelhttp://www.blogger.com/profile/06847161171879775292noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5360151981927732402.post-28162370101842279522010-04-02T12:17:00.000-07:002010-04-02T12:41:27.659-07:00O signo da Cidade - 2008<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIrAOPxfNclIZxf2_WizT4OOSb0rSaFZaeVbDWzIjNONr3Q2qldgqtv9YIjkThyLvLc25RI3N3SXghfZ_nhZU4L6_NmTmyOlAdWf0M2EGrEKY8HlVE9nk8F42eAagaUXJK-9LQuunU7RGo/s1600/osignodacidade.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 416px; height: 312px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIrAOPxfNclIZxf2_WizT4OOSb0rSaFZaeVbDWzIjNONr3Q2qldgqtv9YIjkThyLvLc25RI3N3SXghfZ_nhZU4L6_NmTmyOlAdWf0M2EGrEKY8HlVE9nk8F42eAagaUXJK-9LQuunU7RGo/s320/osignodacidade.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5455621501029726210" border="0" /></a><br /><br />Com roteiro de Bruna Lombardi e direção de Carlos Alberto Riccelli O Signo da Cidade se mostra como um filme com coisas a serem ditas, mas que nem sempre são. Trata-se de um mix de histórias "entrelaçadas" na cidade de São Paulo. É, isso mesmo, com a mesma receita de Crash.<br />A astróloga Teca (Bruna Lombardi) é a personagem central das histórias, a partir de suas consultas, e de seu programa no rádio são mostrados personagens diversos com conflitos diversos e posições diversas. Pessoas atormentadas em uma cidade atormentada, gravidez precoce, parentes em camas de hospital, travestis apanhando na rua, depressão, traições, enfim...felicidades passam longe.<br />A técnica do filme é boa, fotografia, edição, som muito bons, as atuações que se destacam são as de Eva Wilma, Juca de Oliveira e claro Graziela Moretto e Luís Miranda, os outros cumprem seus papéis, Denise Fraga se mostra difente e consegue emocionar. Os atores mais novos ainda precisam aprender um pouco.<br />Ao meu ver as histórias poderiam ser mais exploradas, o reoteiro se perde um pouco e não dá conta de aprofundar em nenhum personagem, não há uma reflexão. Fica claro que Bruna Lombardi teve a intenção de explorar a condição dessas pessoas em relação à cidade, mas não consegue. O final do filme é o pior...o último minuto poderia ter sido jogado fora.<br />Enfim, foi uma nova aventura do cinema nacional, tem alguns (poucos) avanços mas como um todo O signo da Cidade não convence, quem sabe na próxima.Rodrigo Michelhttp://www.blogger.com/profile/06847161171879775292noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360151981927732402.post-72833318671671961802010-04-01T07:31:00.000-07:002010-04-01T08:31:27.702-07:00Apenas o Fim - 2009<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0hQioZqIIQWxWZ9JIHJg4kVsOmuHFknncjWgxgAnC19EkCgC_DG_LjbdAdzate8ZD9oLvNhbim4NkxKDUHqPRax2LxhvKjyoT0FaCxBqopii2JbBKLySzbAgPEIcuO8IelFjH0xeGCZqK/s1600/apenas-o-fim.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 162px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0hQioZqIIQWxWZ9JIHJg4kVsOmuHFknncjWgxgAnC19EkCgC_DG_LjbdAdzate8ZD9oLvNhbim4NkxKDUHqPRax2LxhvKjyoT0FaCxBqopii2JbBKLySzbAgPEIcuO8IelFjH0xeGCZqK/s320/apenas-o-fim.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5455192050988403474" border="0" /></a><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://redatoraprocura.files.wordpress.com/2009/07/apenas-o-fim.jpg"><br /></a><br />Devido ao furor midiático e "internético" desse filme tive que conferir. Apenas o fim é um filme univsersitário vindo dos confins da PUC - Rio, escrito e dirigido por Matheus Souza, de (pasmem!) 20 anos.<br />Trata-se das últimas horas de um casal de universitários, Adriana (Érika Mader) diz estar cansada da vida e precisa de novos ares, decide se mudar e tem apenas uma hora com o namorado Antônio (Gregório Duvivier), a partir disso diálogos são construídos e algumas momentos do casal mostrados. O que chega a ser interessante no filme são as referências que se fazem à cultura pop atual com um tipo de...hummm...fofura (?!). Transformers, Britney Spears, PlayStation, Orkut são alguns elementos usados nos diálogos com o intuito de mostrar as bases do pop. "Eu sou tipo aquela vontade de dá de repente de tomar fanta uva" é um dos exemplos das frases de Antonio; "Você deveria para de usar as camisteas do Star Wars e esses óculos do seu avô" é um exemplo das frases de Adriana. E os diálogos continuam nessa direção, ternurinhas e "d.r.s". O filme se mostra fofo, algumas (várias) pessoas se identificam com os persnagens<br />As críticas ao filme foram as mais positivas possíveis, os prêmios que recebeu também: melhor filme pelo júri popular no festival do Rio e menção honrosa, e também no Festival de São Paulo, além de participar da seleção oficial nos Festivais de Miami e Rotterdam.<br />Eu encaro esse filme como o "indie" de verão do Brasil. Antonio se mostra um geek fofinho capaz de cativar ao falar sobre transformers ou Star Wars, Adriana é a "minazinha da facul" bonitinha e confusa. Vale a pena? se tiver tempo sobrando. Vale salientar que o filme teve um orçamento de apenas R$ 7 mil. O diretor consegue alguma glória, mas o filme como um todo encaixa-se numa tarde de domingo no sofá sem maiores reflexões.Rodrigo Michelhttp://www.blogger.com/profile/06847161171879775292noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5360151981927732402.post-72072273205372914602010-03-31T15:11:00.000-07:002010-03-31T15:32:16.817-07:00Tudo Bem - 1978<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9voG2pdleSgnep7q4_v_UY-AJJG04cGdzLgcQGLmh1-SoUYCiO15ziJm0i_fjH6a1NH6gucJjfJK3uHpKggNLLKRQrIhWLndUUSjLhq_ydxKXg67Sz4eFjsoh8kX7z98F34Lpts-V5eW8/s1600/tudo_bem.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 218px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9voG2pdleSgnep7q4_v_UY-AJJG04cGdzLgcQGLmh1-SoUYCiO15ziJm0i_fjH6a1NH6gucJjfJK3uHpKggNLLKRQrIhWLndUUSjLhq_ydxKXg67Sz4eFjsoh8kX7z98F34Lpts-V5eW8/s320/tudo_bem.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5454929394784807586" border="0" /></a><br /><br /><br />Arnaldo Jabor escreve sobre a clásse média do final dos anos 70. Tudo Bem acompanha a epopéia de uma reforma do apartamento de Juarez (Paulo Gracindo) e Elvira (Fernando Montenegro). O desenrolar do filme vai mostrando personagens bem, digamos assim, peculiares! Tenho a impressão que a intenção de Jabor era mostrar um ascensão de uma classe social burguesa que pouco pensa e muito se preocupa com a imagem na sociedade. A questão da reforma no apartamento é uma elucidação desse construção-ascensão. Os filhos do casal também mostram esse comportamento, Zé Roberto (Luiz Fernando Guimarães) e Vera Lúcia (Regina Casé) se colocam na história como "tangentes" à tudo aquilo, um tanto individualistas e egocêntricos. Deve-se destacar a perfeita atuação de Zezé Motta como doméstica que nas horas vagas trabalha como prostituta, ele é responsável por uma das cenas mais deliciosas do filme, onde seminua canta O Mestre-sala dos mares de Elis Regina vagando pelo apartamento. Um retrato de uma classe média confusa com um roteiro bem escrito e atuações brilhantes. Juarez é assombrado (ou perseguido) por três fantasmas que, na minha interpretação se encaixam no fator estrangeiro da política daquele momento, o capital que "construi o milagre brasileiro" não é brasileiro.<br />Enfim, um filme gostoso de se ver, com várias interpretações possíveis. Recomendo mesmo para aqueles que não vão com a cara do Jabor atualmente. Esse filme vale a pena.Rodrigo Michelhttp://www.blogger.com/profile/06847161171879775292noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360151981927732402.post-51870631184164030952009-02-18T06:15:00.000-08:002009-02-18T06:53:09.763-08:00Domésticas - o Filme (2001)<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBEzFhM3P6EFwC0HxTZEceHXTkao_kEABhczsNMjbtjV5C8oub-knLLOkylRj9ivMxat7pU8wy_xh2zql1I_-Hh9i1IHa2LSP0yDmFZUXfsk7VzobTAqS5J3oDy58rziTD1vROLB1cUlhk/s1600-h/domesticas04.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 198px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBEzFhM3P6EFwC0HxTZEceHXTkao_kEABhczsNMjbtjV5C8oub-knLLOkylRj9ivMxat7pU8wy_xh2zql1I_-Hh9i1IHa2LSP0yDmFZUXfsk7VzobTAqS5J3oDy58rziTD1vROLB1cUlhk/s320/domesticas04.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5304147045565910770" border="0" /></a><br /><br />Fernando Meirelles é realmente "o cara"! Em <span style="font-style: italic;">Cidade de Deus<span style="font-style: italic;"> </span></span>ele mostra toda a técnica possível em cima de um crítica social gritante, em<span style="font-style: italic;"><span style="font-style: italic;"> </span>O Jardineiro Fiel </span>ele desenha um romamce em cima de outra crítica de uma gorma sublime. <span style="font-style: italic;">Ensaio sobre a Cegueira</span> é uma adaptação incrível do romance de José Saramago, com uma fotografia absurda.<br />Mas hoje vou comentar um outro filme de Meirelles, Domésticas - o Filme. Um filme, digamos, menos ambicioso e mais despretencioso, mas sobretudo um filme delicioso.<br /><br />Trata-se das histórias das empregadas domésticas Roxane, Quitéria, Créo, Raimunda e Cida, personagens marcantes, hilárias e dramáticas. O filme passeia no drama e na comédia levando quem assite do riso à reflexão. Os diálogos são construídos numa espécie de vocabulário próprio das <a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLtzkttJ31rCHWj-Ng_L5cVE-H2na4-7BICYKC3JeSi08vKLNJeNb1Rbhrt1UtGvnGXSZbnPF879JHiBy0WFjlE-2AKOq0v1NwTtmKsZl_gSPYRRH_F7l46XDXIKaZjaB5g-AgSxfDVJJP/s1600-h/fernando_meirelles_01.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 162px; height: 232px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLtzkttJ31rCHWj-Ng_L5cVE-H2na4-7BICYKC3JeSi08vKLNJeNb1Rbhrt1UtGvnGXSZbnPF879JHiBy0WFjlE-2AKOq0v1NwTtmKsZl_gSPYRRH_F7l46XDXIKaZjaB5g-AgSxfDVJJP/s320/fernando_meirelles_01.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5304149571413360962" border="0" /></a>domésticas, e os sotaques norsdestinos são a pitada de sal que faltava. As interpretações de todas as personagens são ótimas, em especial para Graziela Moretto (que é excelente) e Olívia Araújo. A trilha sonora é toda composta de clássicos da música brega, que toca em todo bom radinho de empregada doméstica.<br />O filme, além de divertir nos faz pensar que muitas pessoas abrem mão de tudo pra arrumar a vida dos outros, mas não por vontade, por necessidade. Uma frase do filme se encaixa bem aqui, não me lembro dela perfeitamente, mas é algo assim:<br />"Quando pergunta o que um criança quer ser quando crescer ela diz, médica, artista de televisão, ninguém quer ser doméstica."<br />O filme não se baseia na relação doméstica-patrão, e sim da relação delas com o mundo, das dificuldades enfrentadas, e das aventuras cômicas.<br />Na sociedade atual muitas pessoas se afastam tanto da essencia do ser humano que em frente à pessoas diferentes de si mesmas se acham em outro mundo, em outro patamar. Mas domésticas são pessoas como todo mundo, que encaram o mundo e tem desejos como todo mundo. Entretanto a maioria vive com muito mais bom humor do que seus próprios patrões cheios da grana.<br />Fernando Meirelles é bom, e isso é fato.Rodrigo Michelhttp://www.blogger.com/profile/06847161171879775292noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5360151981927732402.post-42709948052716394982009-02-11T06:54:00.000-08:002009-02-11T07:27:41.098-08:00A troca (2008)<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1ItEqmLL41M7foQ5Qn8iQTgARnxQFIq0WdFZVm6eNuTr6qGKZa9IgCEYvCaMlUpUsefDwbbuciAUQ4FqFfI9fnoh_ee8RLiSu5qJyodS2forgLEoVDsZBNsdDogR-gI6SGfcTT0xYf5y3/s1600-h/troca05.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 290px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1ItEqmLL41M7foQ5Qn8iQTgARnxQFIq0WdFZVm6eNuTr6qGKZa9IgCEYvCaMlUpUsefDwbbuciAUQ4FqFfI9fnoh_ee8RLiSu5qJyodS2forgLEoVDsZBNsdDogR-gI6SGfcTT0xYf5y3/s320/troca05.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5301555832771408754" border="0" /></a><br /><br />Go Angelina, go!<br />Realmente merecidos os comentários da atuação da nova Madre Teresa. Em A Troca Angelina Jolie se mostra, grita, chora, treme e convence. Como todos já devem saber, o filme se trata de uma história real que aconteceu em 1928 em Los Angeles. Walter Collin, filho de Christine Collins (Angelina) desaparece, meses depois a polícia diz ter encontrado seu filho, porém se trata de outra criança.<br />O filme é muito bem dirigido (como não poderia ser diferente) por Clint Eastwood, o roteiro é bem escrito e consegue dar uma trajetória diversa para a história, passando por gêneros diversos, indo do desespero da mãe à sujeira da polícia de Los Angeles sem se perder no propósito do filme. A época em bem ambientada com cenários e figurinos bem feitos. Gostei muito da parte estética do filme, a maquiagem de Christine mostra um vermelho intenso nos lábios (não pequenos) que chama ainda mais a atenção para Angelina.<br />Algumas pessoas podem achar o filme um pouco exagerado, principalmente em algumas cenas dentro de um hospital psiquiátrico, mas eu defendo o Clint (e nunca hei de deixar de fazê-lo), e acho que algumas caricaturas ou até mesmo monstruosidades são justificáveis quando a história é contada pelo ponto de vista de Christine, uma mãe que perde seu sentido de vida, que sem o filho tudo se torna realmente intenso, emoções intensas, desespero intenso.<br />Um filme com o equilíbrio de Clint Eastwood, que já mostrou do que é capaz em Sobre meninos e Lobos, Menina de Ouro, A Conquista da Honra e outros.<br />Sobre o dia 22, não sei se o filme leva um dourado pra casa, A Troca concorre em Direção de Arte, fotografia e melhor atriz. Nos dois primeiros, como concorre com o Curioso Caso de Benjamin Button e Batman, o Cavaleirodas Treavs a competição fique acirrada. Já no caso de melhor Atriz, Angelina tem chance, mas bater Kate Winslet que papou os dois globos de ouro ( atriz e atriz coadjunvante) vai ser difícil, e tem Meryl streep também, mas a academia se recusa a dar mais um oscar pra ela que já tem 15 indicações.<br />Se Angelina ganhar foi merecido!Rodrigo Michelhttp://www.blogger.com/profile/06847161171879775292noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5360151981927732402.post-61442305471481588992009-02-06T09:36:00.000-08:002009-02-06T12:55:59.310-08:00Se o Vento Levanta a Areia (2006)<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAxukozO02Sm9KDi84HEYsZ-Eh3ZNUrqgTT45D6J_mgjbnWzFMJE2Q6hyphenhyphenhSgnO70H1EDOMWRmOUkiecciJCb-U9W9eBxLOBhhwFILze2ByWHOS0SvOGL2s1MDEKoQsO4LEGRSqon2b3-9r/s1600-h/seoventolevantaareia3.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 217px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAxukozO02Sm9KDi84HEYsZ-Eh3ZNUrqgTT45D6J_mgjbnWzFMJE2Q6hyphenhyphenhSgnO70H1EDOMWRmOUkiecciJCb-U9W9eBxLOBhhwFILze2ByWHOS0SvOGL2s1MDEKoQsO4LEGRSqon2b3-9r/s320/seoventolevantaareia3.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5299746299243782098" border="0" /></a><br /><br />00:00, insônia, calor, pernilongos, o que fazer? Coca-cola, pipoca, ventilador e Cinemax. Adoro esse canal por passar filmes de diversas nacionalidades. Ontem tive o prazer de assistir <span style="font-style: italic;">Se o Vento Levanta a Areia</span>" (França-Bélgica) de Marion Hänsel, baseado no romance de Marc Durin-Valois (Chamelle) um filme que mostra um fato que, infelizmente já estamos habtuados a ver, de uma forma maravilhosa.<br />África, Rahne é um pai de família que te que decidir qual direção tomar para a caminhada á procura de água, e paro por aqui com a "sinopse" para não estragar nenhum momento dessa obra de arte. O filme se destaca por vários motivos: uma fotografia excelente, com contrastes dos tecidos coloridos e dos beges da paisagem; as atuações comoventes de <span id="Conteudo1_lblTexto">Isaka Sawadogo (Rahne) e Karemera<span style="font-weight: bold;"><span style="font-weight: bold;"></span></span></span><span id="Conteudo1_lblTexto"><strong></strong></span> Umulinga (Mouna), e claro a menina Shasha que é responsável por um ou dois raros risos. Um filme triste, porém necessário.<br />Guerras tribais, falta de água, fome, isso parece necessário pra fazer um filme comovente, e pode também parecer "mais um" no meio de tantos. Mas Marion consegue fazer uma trama envolvente desde a primeira cena, que já é um soco no estômago.<br />Quando o filme acabou, depois de um certo tempo pasmo, levantei e fui beber um copo d'agua, coisa tão normal pra grande parte da população, mas pensei, e Shasha? como ela fica? O que podemos fazer? Economizar água? Tudo bem, mas e os grandes consumidores de água do planeta, como fica? Com quem está esse poder? A quem cabe essa decisão? A humanidade hoje está sendo "racional"? A África grita, um grito seco e sedento. Mas não chega aos nossos ouvidos, e quando chega erguemos os ombros e falamos: Triste isso, né?<br />Cadê os representantes mundiais? Cadê os G-7, G-8, G-20? Cadê as Nações Unidas, porque alimentar o povo de lá traz um alívio imediato (o que É necessário) mas e os planejamentos a longo prazo para a África? Não é problema nosso? É de quem? Só deles?Rodrigo Michelhttp://www.blogger.com/profile/06847161171879775292noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5360151981927732402.post-43020360555270225512008-11-23T09:28:00.000-08:002008-11-23T09:46:01.275-08:00Encontros e Desencontros (2004)<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlmptBJdD3c7hgngV20aNs5jPMbkZYxgR4UYIwuAGh-GgbiO9uxt7TfOKYagaCOvot73wcwNtQItPhxhE9ABkSNc3iUMbvjduldJO8qn2Fc1Ic5yCQm_R8yZqSPlE_IVMg3pvwU-NYxC2s/s1600-h/lost.bmp"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlmptBJdD3c7hgngV20aNs5jPMbkZYxgR4UYIwuAGh-GgbiO9uxt7TfOKYagaCOvot73wcwNtQItPhxhE9ABkSNc3iUMbvjduldJO8qn2Fc1Ic5yCQm_R8yZqSPlE_IVMg3pvwU-NYxC2s/s320/lost.bmp" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5271906648333147138" border="0" /></a>Sou suspeito para falar desse filme, mas vamos lá. Sophia Copolla definitivamente quer mostrar às pessoas a dificuldade de adaptação à sociedade. Em Econtros e Desencontros essa dificuldade é encenada no Japão. Dois americanos jogados em um país, digamos, um tanto estranho para nós, meros ocidentais. O tédio salta da tela e nos abraça, mas com o decorrer do filme vai se tranformando em...em...diversão? Pois é, Sophia consegue construir um mundo de sentimentos humanos que existem em todos nós, em um dos momentos da vida. O filme mostra que as vezes somos infelizes sozinhos (ou na companhia de alguém que não te completa), entretanto, quando encontramos alguém com uma necessidade de companhia, conseguimos transformar sentimentos. De tédio em Tóqui à bizarrices divertidas japonesas. Scarlett Johanson se consagra no filme como uma das grandes atrizes em potencial em hollywood.<br /><br />A trilha sonora é muito boa, escolhida a dedo por alguém com um bom gosto para indie (Sophia, que para mim é a encarnação do indie). A fotografia consegue mostrar o Japão tradicional e o tecnológico, com milhões de pessoas se trombando e luzes, muitas luzes. O roteiro do filme é muito bem escrito (vencedor do Oscar).<br /><br />Um filme que traduz sentimentos em imagens. Para assistir mais de cinco vezes, eu mesmo já perdi a conta de quantas vezes assisti. Bill Murray também está muito bom. A cena final é para ficar na história do cinema. Uma escolha arriscada que deu certo. Na verdade o filme poderia ter dado muito errado, mas a diretora conseguiu o transformar em beleza. Just Like Honey!Rodrigo Michelhttp://www.blogger.com/profile/06847161171879775292noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5360151981927732402.post-55661823221985373522008-11-22T09:54:00.000-08:002008-11-22T10:13:38.664-08:00Balzac e a Costureirinha Chinesa (2002)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXmJbnAgZtgmRSAgMP4Ovds8JPEnf5QMydglewoE4Q6A81cuT2HdS5nP08Bov7wuQ6uUHj8WggpFM46DAE3VeRO8ClmDJDmSsssEvmlsLSA2RUJVW172n2H86ZJjb3KJKIXlh_G_tAH8Wf/s1600-h/balzac.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5271544896335790450" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 208px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXmJbnAgZtgmRSAgMP4Ovds8JPEnf5QMydglewoE4Q6A81cuT2HdS5nP08Bov7wuQ6uUHj8WggpFM46DAE3VeRO8ClmDJDmSsssEvmlsLSA2RUJVW172n2H86ZJjb3KJKIXlh_G_tAH8Wf/s320/balzac.jpg" border="0" /></a><br /><div>Confesso que relutei no princípio quando me falaram deste filme. Pelo fato de tratar do regime maoísta e da falta de liberdade, achei que ia ser um mais do mesmo. Errado! Torta nele! Balzac e a costureirinha chinesa fala, em primeiro lugar, de educação através da literatura (uma leitura bem simplista do filme). Com uma fotografia de impecabilidade chinesa, além de um deslumbre visual somos transferidos às montanhas chinesas onde vivem comunidades rústicas sob o poder do regime maoísta. Entretanto, a sutileza é um elemento primordial desse filme, as vezes tratado até com certo humor o pesado sistema.</div><div> </div><div>Nas montanhas dois jovens estão sendo "reeducados" para se encaixarem ao sistema, visto que seus pais cometeram o erro de ajudar alguns inimigos de Mao. Ali eles encontram um estilo de vida completamente diferente ao que eles estão acostumados e entram em contato com um "mundo primitivo". É na relutância de aceitar a "reeducação" que mostram romances proibidos à costureirinha.<br /></div>O filme não falta em nada, em críticas, em romances, em cultura, em atuações. Com a excelente direção de Sijie Dai o filme se desenrola de maneira sutil e delicada, deixando o espectador curioso, emocionado e chocado. Da próxima vez, vou com menos preconceito à locadora. E com certeza, leiam livros!Rodrigo Michelhttp://www.blogger.com/profile/06847161171879775292noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5360151981927732402.post-11092233400175648632008-11-22T06:09:00.001-08:002008-11-22T06:25:04.769-08:00Os amantes do Círculo Polar (1998)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdIMpkcRydpQrtJXgETN8HaI53PK_sXSKexazI6sqxI5ot66_W4hsCcJQDnB90a9hZEOq1ra-bFSXRM52At2zIMdGmdtSSigA2RgKrhpgfiyQxbd2dtwOxdcBhzyjZ3xD8SE9V2vqtbiXw/s1600-h/amantes.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5271486329629254082" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 185px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdIMpkcRydpQrtJXgETN8HaI53PK_sXSKexazI6sqxI5ot66_W4hsCcJQDnB90a9hZEOq1ra-bFSXRM52At2zIMdGmdtSSigA2RgKrhpgfiyQxbd2dtwOxdcBhzyjZ3xD8SE9V2vqtbiXw/s320/amantes.jpg" border="0" /></a><br /><div>Ontem assisti ao filme espanhol de 1998 dirigido por Julio Medem. Há um tempo atrás assisti Lucía e o Sexo, do mesmo diretor e desdxe então estava doente por este filme, mas não encontrava. Felizmente algum torrent me ajudou e tive o prazer de ver essa obra de arte de Medem. O filme retrata a história de Otto e Ana, duas pessoas que desde pequenos "decidem" viver o amor (prefiro aqui não revelar alguns detalhes da trama). A competência que o diretor teve de mostrar na tela uma história, digamos, normal, com elementos cinematográficos de alta qualidade é surpreendente. A fotografia do filme é sempre muito bela, chegando as vezes de ser um azul inacreditável. Os atores também cumpriram seu papel acima do esperado. As persnagens são muito bem interpretadas nas três fases mostradas no filme (criança, adolescente e jovem). A infância é retratada no filme com a inocência e a descoberta do amor, e esses dois mini atores devem ser aplaudidos de pé, seus olhares são penetrantes e dignos de vários "ooowwwnnnnssss".<br />Mas o mais notável do filme é a narrativa. De uma forma quebrada o filme sempre tenta mostrar os pontos de vista de Otto e de Ana, as vezes juntos, as vezes separados. As vezes deixando o espectador de lado, e não mostrando detalhes, mas isso pode ser explicado pelo fato de só as crianças darem importância tão grande a um gesto tão singelo (aqui também prefiro não estragar a surpresa). Um filme que vale a pena ser assistido mais de uma vez. Algumas cenas podem ficar nas nossas cabeças por algum tempo, como os aviõezinhos de papel voando pela janela de um banheiro da escola, ou o reflexo de Otto nos olhos de Ana.</div>Rodrigo Michelhttp://www.blogger.com/profile/06847161171879775292noreply@blogger.com2